3 Polêmicas sobre EAP (Estrutura Analítica de Projeto)
Introdução - EAP (Estrutura Analítica de Projeto)
Nesse artigo, buscamos trazer à tona algumas polêmicas em torno das técnicas envolvidas na elaboração de EAPs (Estrutura Analítica de Projeto), levantando algumas questões relacionadas às opiniões correntes.
Apesar da sua inegável importância, as técnicas envolvidas na elaboração de uma estrutura ainda são objeto de muita discussão e diferentes profissionais, mesmo os com certificação PMP, divergem entre si sobre a melhor forma de aplicá-las. Exploramos, em outro artigo (Link para o Artigo), as diretrizes a serem aplicadas de forma geral à elaboração de EAP (Estrutura Analítica de Projeto). Como podemos nos referenciar a algumas dessas diretrizes, recomendamos a sua leitura prévia.
Feita essa ressalva, destacamos então três questões sobre as quais existem ainda muitas discussões (e espero tenhamos algumas a mais, após esse artigo):
1 - Destacar o Gerenciamento do Projeto
Em praticamente todos os exemplos que encontramos (o PMBOK® incluído) está presente um elemento Gerenciamento do Projeto, onde constam os elementos associados à metodologia aplicada. Um exemplo dessa abordagem pode ser encontrado abaixo:
EAP Estrutura Analítica de Projeto - Software Versão 5.0
Apesar da ampla utilização dessa técnica, será que ela é realmente relevante? Sendo a estrutura essencialmente uma ferramenta de comunicação voltada a apresentar as entregas do Projeto, vale questionar se incluirmos um item que é, em essência, uma obrigação e não uma entrega, acrescentando complexidade e tirando o foco do que realmente será realizado é realmente uma boa ideia. Esse questionamento é ainda óbvio quando existe uma metodologia, conhecida por todos e adotada na organização, que declara como os projetos devem ser gerenciados. Se os processos são comuns a todos os projetos, para que incluí-los na estrutura? Devemos buscar a objetividade e torná-la mais útil, focando nas entregas.
2 - Inclusão do Ciclo de Vida do Projeto
Outro ponto sobre o qual gostaríamos de chamar a atenção é a não menos comum inclusão do ciclo de vida do projeto na estrutura. Essa técnica tem a vantagem de enfatizar o ciclo de vida adotado e organizar as entregas do Projeto dentro de etapas claramente identificadas.
Entretanto, algumas questões devem ser levantadas:
- O primeiro nível da Estrutura Analítica de Processo não consegue explicar o que o Projeto pretende entregar, tornando-a mais complexa (um nível a mais faz diferença) e mais difícil de entender;
- Muitas vezes, uma entrega é construída ao longo de várias etapas do ciclo de vida, o que obriga a repetição de um mesmo elemento várias vezes (podemos evidenciar isso no próprio exemplo do PMBOK apresentado acima);
- Assim como os elementos da metodologia de gerenciamento de projetos, as etapas do ciclo de vida tendem a ser conhecidos e repetitivos, provocando um inchaço para trazer uma informação que, essencialmente, é irrelevante para o conhecimento do projeto;
- Como podemos ter ciclos de vida complexos, há ainda a tentação da equipe utilizar mais de um nível da Estrutura para representá-lo completamente, “gastando” ainda mais elementos com isso.
A figura acima ilustra bem todos os pontos colocados: estudamos a estrutura, mas somos incapazes de dizer o que é o Software em manutenção e o que está sendo incluído na Versão 5.0 …
Podemos lembrar, adicionalmente, que o ciclo de vida é associado a etapas, ou seja, ao tempo do projeto. Uma opção a considerar então é utilizarmos ferramentas de gerenciamento do tempo (cronogramas) para representar e gerenciar o ciclo de vida do projeto, deixando assim a estrutura mais representativa, objetiva, fácil de entender e focada em entregas (produtos/serviços).
3 - A estrutura analítica deve ser elaborada antes, durante ou depois da Declaração do Escopo do Projeto?
Segundo o PMI, “a Estrutura Analítica de Processo organiza e define o escopo total e representa o trabalho especificado na atual declaração do escopo do projeto aprovada” (PMBOK Quarta Edição, pg . 116). Uma interpretação estrita, leva à conclusão que devemos esgotar todo o esforço de elaboração da Declaração do Escopo antes de mesmo esboçar a estrutura. Entretanto, a nova notação adotada para representar o fluxo de processos dá margem a outra interpretação, conforme podemos ver abaixo:
Gerenciamento do Escopo do Projeto
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